segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Do fingimento


Será a inveja, como já se disse, a qualidade mestra da tribo lusitana!? Talvez sim, talvez talvez …
Mas como encarar o tão vulgar “fazer de conta”, o “parecer”, o “fingimento”!?
Pedro, o rei cru, desenterrou a linda Inês para enfiar a coroa de rainha na cabeça do cadáver pestilento, os nobres e a corte toda em vénia muda. Fingimento em excesso.
O rei Sebastião, esse, foi a Marrocos dar-se em desfile de magnificência suicidária e luxo festivo, a fingir-se capitão herói da cristandade. Décadas depois, outros fingidos sebastiões aparecem a esmo, em Espanha, Roma …
E o Oliveira Salazar a fingir comandar um império colonial, contra tudo e todos!...
E o poeta a reconhecer ser tão fingidor até “fingir a dor que deveras sente”! Mais os seus “fingidos” poetas Campos, Rei, Caeiro, Soares …
O fingimento assalta-nos a cada esquina. Hoje, como sempre, sabem do que estou a falar.

Vasco de Castro

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